Sábado, 30 Abril 2016 10:07

Audiência na Câmara apresenta Programa Estadual de Concessão De Rodovias

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normal RODOVIAAconteceu nesta terça feira (29) na Câmara de Vereadores de União do Sul, Audiência Pública para apresentação do Programa Estadual de Concessão de Rodovias, visando a possibilidade de concessão da Rodovia Estadual MT 423, do trecho entre a BR 163 em Sinop, até o município de União do Sul. Estiveram presentes autoridades locais, como o prefeito em exercício Claudiomiro Queiroz, vereadores, secretários e servidores municipais, o prefeito licenciado Ildo de Medeiros e demais munícipes. Para apresentação do programa, estava presente o Secretário Adjunto de Pavimentação Urbana José Márcio Guedes, e o Engenheiro Civil Paulo Emilio dos Santos Queiroz, especialista em Infra-estrutura de Transportes.

Segundo o projeto apresentado, a Rodovia numa extensão de 156 km teria duas praças de pedágio, uma próxima à cidade de Cláudia, e outra a alguns quilômetros da BR 163. Na defesa do programa, o Engenheiro Paulo Emilio citou alguns benefícios da concessão; criação de cerca de 50 empregos diretos, aumento no repasse de impostos, rodovias mais seguras com menos acidentes, menor custo de manutenção de veículos, menor consumo de combustível, valorização de imóveis e crescimento econômico da região. O Secretário José Márcio salientou que o Governo do Estado não tem condições de manter todas as rodovias estaduais, e com a concessão terá condições de ampliar a pavimentação da malha viária no estado.

A empresa vencedora do certame terá que construir uma base operacional junto à praça de pedágio, viabilizar uma ambulância de resgate equipada e dois guinchos, um leve e um pesado.  Segundo o programa apresentado, o valor do pedágio a ser cobrado deve ser de R$ 4,80 por eixo em cada praça de pedágio, ou seja: um veículo de passeio pagará R$ 9,60 para rodar em toda a extensão da rodovia, R$ 4,80 em cada praça. As motocicletas são consideradas como meio eixo, portanto pagarão R$ 2,40 cada praça, R$ 4,80 para ir de União do Sul à Sinop. Citado também como exemplo, uma carreta “bitrem” com nove eixos deverá pagar R$ 43,20 cada praça, R$ 86,40 nas duas praças de cobrança. 

Segundo o Secretário Adjunto de Pavimentação Urbana do Estado, José Márcio Guedes, o estado precisa construir mais estradas, e não dá conta de manter as que já estão prontas. “Somente depois que a rodovia estiver totalmente asfaltada pelo estado, só assim se abre o edital de licitação. Estas audiências visam mostrar à sociedade interessada a intenção do governo e colher subsídios da população de acordo com a sua economia e regionalidade”, frisou José Márcio. Ainda segundo o secretário, o valor da taxa do pedágio ainda não é definitivo, sendo somente o resultado de um estudo preliminar.

O prefeito em exercício Claudiomiro Queiroz acredita que para o município, o projeto é viável, mas acha que o valor do pedágio está caro. “Para o município acredito que será viável, pois nós temos aí as ambulâncias e ônibus da saúde, que vão todos os dias pra fora e com certeza economizaremos em mecânica e manutenção destes veículos. Mas o valor da taxa ainda está caro, há de se fazer mais debates para se tentar chegar a um valor mais razoável”, salientou “Claudio do Posto”.

O vereador Presidente da Câmara Sérgio Bevilaqua acredita que apesar do valor a ser cobrado ser caro, a privatização da rodovia poderá trazer progresso ao município. “O pedágio é caro, mas é uma realidade em todo o Brasil. Onde você anda e tem asfalto bom, é porque é privatizado. A nossa rodovia começou a ser pavimentada com o apoio da sociedade, dos empresários e produtores, que já pagaram para se fazer o asfalto, e agora terão que pagar novamente para utilizar a rodovia. O pedágio é um ‘mal necessário’, mas há um retorno, como aumento na produção de grãos e chegada de novas empresas, e com certeza o progresso virá com a boa qualidade do asfalto”, colocou o vereador.

O Secretário de Governo do município, e presidente da Associação dos Beneficiários da Rodovia, Ênio Alves, frisa que primeiro deve ser concretizado o asfalto pelo governo, para só depois ser feita a concessão, e diz que entende a intenção do Governo. “Isto é uma formalidade, um primeiro passo, mas temos que entender que a concessão da rodovia só deve acontecer depois que o Estado terminar a pavimentação. Com certeza após a conclusão de todas as rodovias o Governo não terá condições de mantê-las em bom estado, portanto a privatização passa a ser um projeto importante”, colocou Ênio. O presidente da Associação fez questão de ressaltar a preocupação dos governos Maggi e Silval na idéia de integrar os municípios através de um programa de pavimentação.

O prefeito licenciado de União do Sul Ildo de Medeiros diz que a privatização é importante e tem que existir, porque o governo não dá conta de manter as rodovias. “A pavimentação vai ser concretizada, e a privatização tem que existir, pois o Governo do Estado não tem condições de manter as estradas. Faz uma, e não tem dinheiro pra fazer outra. Então, este programa torna-se necessário para termos uma rodovia de qualidade por muitos anos”, fechou Ildo.

Presente na audiência também estava a delegada da Aprosoja – Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso, e produtora rural, Roseli Giachinni. Com a palavra, ela disse que a instituição não concorda com a forma que o governo está conduzindo as audiências, e com o programa em si, e defende que é preciso debater o assunto junto às entidades ligadas a produção e o movimento Pró Logística.

Nesta quarta feira (30) acontece audiência em Cláudia, das 08h às 12h, também para debater com a sociedade a possibilidade da concessão da Rodovia. Outras audiências estão acontecendo na região norte do estado para apresentar o Programa de Concessão de Rodovias, como em Tabaporã, Rodovia MT-220, Rodovia MT 225, entre Sorriso - Feliz Natal, e a MT 140, entre Santa Carmen e Sinop.

A empresa que vencer a licitação para explorar a rodovia terá o direito de utilização por um período de 30 anos.


Texto: Adriano Alves

Fotos: Assessoria de Imprensa

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